sexta-feira, 18 de dezembro de 2015


                            

                                                               Graúna
Sou uma graúna presa no seu pesar
Escrava numa gaiola fria
Sem  alçar vôos altos
Sem novos horizontes encontrar
Sou esse passarinho
Ansiando voltar a cantar
Soltar-me desses grilhões
Que tendem a me machucar

De que vale essa bela pluma
Cheia de glamour e também ternura
Que da gosto admirar
Ter o encanto da lua
O segredo da chuva
Quando volto a melodiar

Sou essa pequena ave
Que outrora foi menina
E que com graça e peraltices viviam a brincar
Não tinha o peso nas costas
De uma vida fadada a se deteriorar

Hj presa as responsabilidades e deveres da vida
Me vejo envelhecida
Numa gaiola a olhar
A vida correr lá fora
Tantos sendo felizes agora
E eu tão só a murmurar

E sozinha meu gorjeio morre comigo
Esse amarrilho é meu abrigo
E não adianta declamar
Poemas lindos de amor
Onde o bonito se far muiticor
Mas aqui só penumbra faz entrar

Vida triste de graúna eu tenho
Esperando que morra meu canto
Porque ninguém vê o meu pranto
Tira-me dessa  gaiola, antes que não possa mais  voar
-Claudynha Nô











                                            
                     
                                          Tudo é poesia


Nossa vida é a poesia maior que Deus criou
Veja o milagre da vida
O engatinhar de um bebê
As primeiras palavras
O sorriso solto
A descoberta da sexualidade
O frescor da juventude
A maturidade cheia de sonhos
A sabedoria dos anciões
A nostalgia da saudade
Tudo vindo de Deus é poesia
Desde o nascer do sol
Até o findar do dia
Tudo em nossa volta é poesia
Seja no céu, na terra ou no mar
A madrugada com seus encantos
A aurora boreal
A cantiga do passado
O bater das ondas
O orvalho da manhã
A neblina de um dia escuro
Toda forma de vida é poesia
Desde o casulo de uma lagarta
Ao despertar de uma borboleta
Tudo é poesia quando se olha com a alma
A majestade de um pavão
A graciosidade de um coelho
A imponência de um leão
A fragilidade de um cervo
A vida sobrepondo-se a morte
A morte eternizada em versos
Desde o uivar dos lobos
Até a sabedoria da coruja
Tudo é poesia na percepção filosofal
A gota caindo da folha
A criança brincando na lama
O semblante cansado do trabalhador
O suor da fronte na hora do parto
O protesto contra o desamor
A solidão de uma vida só
Desde o amor derrubando as barreiras
Até a paz dando a cartada final
-Claudynha Nô
                     
                                                 Como pode

Como pode uma pessoa tão distante
Trazer uma paz profunda
Um bem querer Danado
Uma vontade de proteger

Como pode uma pessoa tão jovem
Ter um espírito de ancião
Uma postura experiente
E atitudes tão maduras

Como pode uma pessoa tão descompromissada
Ser preocupar tanto com o bem estar do seu irmão
Fazer-se presente na vida do amigo
Ser mensageiro da palavra de Deus

Como pode uma pessoa tão ocupada
Ter tempo para distribuir sua atenção
Cultivar corações com suas palavras
Chegar na hora certa da solidão
Ser encanto e magia

Como pode uma pessoa tão calada
Ser leveza e ser graça
Espalhar a fé e o amor
Enaltecer seus amigos sem pudor

Se pudesse descrever tudo isso em uma pessoa,
Certamente essa seria você
-Claudynha Nô