quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

                                     

                                                     GRUPO LITERÁRIO
                                                        ( for Jader Rock)



                                           Somos amigos desconhecidos,
                                                   
Somos amigos casuais,        
                                            Amigos afins,
                                                                            Amigos do acaso,

                                                                                                   E acaso, amigos,

      Amigos amantes das palavras,
                                       Amigos sedentos por conhecimento,

                                                                                        Amigos de partilha,

                   Amigos que não se olha nos olhos,
                                                                   Amigos que se conhece o coração

    Amigos de sonhos,
                                       Amigos de cumplicidade
                                                                      Amigos distantes,
                                                                                                  Amigos presente
                                       Somos amigos mais que virtuais
                                      - Claudynha Nô
                 


                                       QUASE SONETO

                                Como bicho e como gente
                                Te amo
                                Aqui e agora
                                Meu coração te presente
                                No repente e na demora
                                Te amo maduramente
                                Assim é a nossa hora
                                É pássaro no presente
                                É poente sendo aurora
                                Por te amar assim, amiúde
                               Já não sou minha
                               Eu sou nossa
                               Perdida em mim, eu te encontrei
                               Por amar mais do que pude.
                               - Claudynha Nô


                                              
                                    REINVENÇÃO

                      A autora nos mostra neste texto as transformações que podem ser geradas em relações de dualismo, ou seja, mágico/real, etéreo/concreto, físico/metafísico. 
                Trabalha com o real enfrentando o imaginário, a solidez deparando-se com a fantasia. 
                Ela deixa aqui expresso em lindas linhas poéticas, o entender que tanto os sonhos quanto a vida real, se fazem presentes nos caminhos da vida que trilhamos e se completam durante as tragetórias percorridas por todas nossas fase etária.

                Subentende-se que só cabe a nós fazermos nossas escolhas, se queremos fazermos uma ruptura do plano físico para alcançar o étero, provocando mudanças sutis em nosso próprio comportamento, onde continuamos a passarmos por transições e reinvenções dos sentimentos, ao depararmos por situações de conflitos.
                 A autora nos transmite o peso, a importância, a transformação, reflexão do viver, a necessidade de criar e recriar uma nova vida, para que não permaneçamos numa rotina constante.
                 È confirmado com a repetição da palavra "vida", pela necessidade de reinventá-la, pois não se torna possível de outro jeito.
             
                                             

                                           WILIAM  BLAKE


1) Discuta as imagens sonoras nos poemas de Blake 

R- Ele gostava de utilizar ritmo bem marcado, as repetições constantes, as aliterações óbvias e o vocabulário simples com uns aspectos adultos, visando um público bem mais amplo; com o objetivo de anunciar para esse público um mundo da inocência baseado na pureza das crianças.



2) Comente a crítica social que é feita nos poemas de Blake.

R- O advento da Revolução Industrial trouxe vários problemas, e com eles, as insatisfações e as criticas. William Blake criticava a deficiência do sistema industrial que não tinha estrutura para comportar os trabalhadores na área da saúde, educação e saneamento básico. Que as indústrias cresciam de uma maneira rápida, mas não dava suporte e nem base aos trabalhadores. Blake não criticava somente a indústria, mais também, o lado literário, pois esse deveria ter uma linguagem nova, que exprimisse eficazmente as suas inquietudes e substituísse com vantagem os padrões literários vigentes.


3) Quais foram os efeitos da forma com que Canções da Inocência foram publicadas.

R- Blake trabalhou em Canções da Inocência um método de sua própria invenção, à base de cera e de ácido, Blake começava por gravar o texto e as ilustrações em placas de cobre, que depois serviam para a impressão das páginas. Com ajuda da sua esposa, Catherine Boucher, uma jovem simples e analfabeta com quem se casara aos 24 anos, e a quem ensinara a ler e a pintar. Devido à complexidade do processo, não atinge três dezenas o número de exemplares conhecidos dessa primeira edição do livro. Em compensação, o manuseio do volume em sua forma original constitui uma experiência estética única, muito mais rica e gratificante que a proporcionada pelos textos usuais.



4) Quais são as imagens da inocência mais utilizada por Blake e como ele as usa?

R- A imagem que ele mais usa são das crianças. Ele acredita que as crianças não foram corrompidas, sendo assim, possuem uma pureza única. Quando Blake faz uma obra literária, ele sempre utiliza o lado bom e o lado ruim. Nas obras Canções da Inocência que representa
a voz do Céu, ou da razão, a obra Canções da Experiência transmitem a voz do Inferno, ou da Energia. Nas duas obras; Canções da Inocência e Canções da Experiência, podemos ver a maneira que ele trabalha a pureza.


5) Discuta a simplicidade da estrutura e da dicção dos poemas. Qual é o efeito dessa decisão estilística? O que os impede que os poemas sejam simples apesar de sua forma?

R- Blake busca no ritmo das canções uma marcação simples com um ritmo que lembra as cantigas infantis. O autor usa o ritmo das cantigas infantis para trabalhar o lado puro que as crianças oferecem, mas com o conteúdo adulto para aborda o público mais maduro. Por abordar um público mais maduro, as obras se tornam complexa e não simples como muitos imaginam.


6) Os poemas de Blake são simbólicos? Explique sua resposta.

R- Sim, podemos observar esses símbolos em duas obras; o Cordeiro e o Tigre. O Cordeiro é a pureza e a inocência que vem dá visão das crianças, já o Tigre, representa a experiência da vida que os adultos possuem, pois é um símbolo que está relacionado a força e a garra.



7) Como Blake Retrata a infância?

R- A visão de Blake em relação à criança está relacionada à inocência natural a um ser que a sociedade ainda não teve tempo de corromper e que, por isso, ele trabalha esse lado, descreve a infância como algo puro e nobre.
                                              
                                         
                                                        “ O Corvo” 
                                                e
                         " A Filosofia da Composição”   


1- Faça um comentário sobre o símbolo mais importante do poema “ O Corvo”, a saber o próprio corvo e o busto de Atena.
R- O busto de Atena tem a função de transmitir ondas, como se fizesse ligações dos vivos com o além. O “Corvo” é um pássaro noturno que é visto como ave de mau agouro, dando ao conto um ar sombrio ao conto.


2- “O Corvo” possui uma atmosfera de fatalidade sombria. Discuta como essa atmosfera é criada, observando o tema, as rimas, a métrica, os símbolos e a escolha das palavras.
R- O “ Corvo” foi escolhido por ser uma ave de mau agouro, como o poema é de tom melancólico, a ave se tornou um simbolo sombrio, penetrante e assombroso. Em relação as rimas e as métricas, mesmo reconhecendo que no ritmo puro existe pouca possibilidade de variação, é evidente que as variedades em matéria de metro e estância são infinitas; só através de muito trabalho pode-se encontrá-la, e embora seja um mérito positivo da mais alta categoria, o espirito de invenção participa menos que o de negação para chegarmos até ela.


3- No ensaio “ A Filosofia da Composição”, Poe explora os processo que usou para escrever “O Corvo”. Como o poema consegue ser fiel aos preceitos da poética estabelecida no ensaio, a saber, efeito único, brevidade, a beleza e o tom de tristeza e melancolia?
R- Ele, Poe, quis fazer algo diferente, algo original, por isso consegue manter o tom de tristeza e melancolia, pois ele foi simples, direto, original e fiel ao seus objetivos.


4- Analise a atmosfera de terror e melancolia de “O Corvo”. Identifique os elementos que criam esta
atmosfera( escolha das palavras, cadeia dos eventos, e a repetição da palavra “ nada mais” ( na tradução de Fernando Pessoa) e “ never more” ( no original).
R- Em busca do som do estribilho, era necessário eleger uma palavra que estivesse harmoniosamente de acordo com a melancolia, seria impossível não deparar com a palavra never morer( nunca mais). Agora a dificuldade consistia em conciliar a monotonia aludida com o exercício da razão na criatura chamada para repetir a palavra. O corvo foi escolhido, ave de mau agouro, repetindo obstinadamente a palavra “never more” em um poema de tom melancólico e extensão de cerca de cem versos.


5- Que tipo de efeito o cenário do poema provoca? Observe o espaço e a ambientação( a biblioteca, o fogo, a época do ano, a luminosidade).
R- Provoca um suspense melancólico, provoca curiosidade pelo fato do amante aguardar uma resposta do corvo, provoca medo quando o corvo falava “nerver more” e provoca uma sensação tormentosa no leitor no momento em que o amante manda o corvo ir embora, no entanto, o corvo, ave de agouro, se recusa ir embora.


6- Demonstre, com base no ensaio “ Filosofia da Composição” como a forma e o esquema das rimas são partes integrantes do tom e do tema do poema, ou seja, como a estrutura ajuda a criar um crescente senso de fatalidade sombria.
R- No ensaio “ Filosofia da Composição” o ritmo é fundamental para dá vida a melancolia da obra, no entanto, a morte de uma bela mulher é, sem dúvida alguma, o tema mais poético do mundo, principalmente quando um amante que chora por sua amada morta e um corvo que repete continuamente a palavra “nervermore”(nunca mais). O primeiro é trocaico; o segundo, um octâmetro acatalético, alternando-se com um heptâmetro catalético que, repetindo-se, vai se converter em estribilho no quinto verso, finalizando com um tetâmetro catalético. O primeiro verso da estância é composto de oito pés, o segundo, de sete e meio; o terceiro, de oito; o quarto, de sete e meio; o quinto, também de sete e meio; o de oito; o quarto, de sete e meio; o quinto, também de sete e meio; o sexto, de três e meio.
                                                 
                            
             
                                       
                                 O Primo  Basílio

 1.Seria possível reconstituir a aparência física de Juliana? Em sua opinião, por que o narrador assim procede ?
Sim, seria possível. Ainda admite-se que, em muitas vezes, Juliana depara-se com a necessidade de decidir-se face a face da colisão de valores: se permanece com as atitudes de criada malcriada é, portanto, agente de rebeldia humana sua malvadeza; se suas atitudes são de criada subserviente, ressalva os valores da temeridade, da passividade aos sofrimentos terrenos, agente, pois, de bondade, generosidade . Diante dessa dicotomia, a personagem passa por terríveis conflitos, ao mesmo tempo em que vive e revive fronteiras desses valores, maldade, bondade, generosidade e enfrenta situações limite em que aspectos são tidos como essenciais da própria realidade do humano. Essa dicotomia da personagem Juliana representada como moeda sociopolítica, é construída por um Eça sob os moldes do sentido ideológico da escrita realista; conforme Benjamim Abdala et al (1990, p. 104) “o primeiro desses moldes visava à critica ao tradicionalismo vazio da sociedade portuguesa. É perceptível desde então que, o espaço, no qual Juliana se insere define-se como um modelador de suas características, sendo compreendido na assertiva naturalista de que o homem é o produto do meio.


2. Juliana alimenta alguns sonhos. quer ter um negócio, uma tabacaria, uma loja de quinquilharias - ela quer governar ; ser patroa .De que natureza são os sonhos de Juliana?
Juliana, sentindo-se maltratada por todos os patrões que servira, não suportava mais sua condição de doméstica, por isso ansiava por sua independência: queria ser patroa dona de algo que lhe dar autonomia. Os métodos para conquistar sua emancipação não foram legítimos, mas a chantagem lhe valeria a liberdade. A sua aspiração era ter um negócio que a libertasse das tiranias do serviço doméstico que sofria à vinte anos. A doença fá-la perder as economias que juntara, aumentando-lhe a revolta e o despeito.


3.O narrador de O primo Basílio é onisciente e onipresente, isto é, domina todos os fatos e está em todos os lugares da narrativa. Em certo momento da
descrição de Juliana, ele parece ter uma profunda simpatia pela criada. Você concorda com essa afirmação? Se a resposta for afirmativa, aponte o trecho simpático à personagem.
Sim. O sociopolítico de Juliana é a representação em seus aspectos fragmentários do ideário crítico de Eça transposto num incessante sentimento de inferioridade psíquica transmutado no inconformismo; ela é a evocação do contexto pobre, simplista (a marginalidade social), mas que, suficiente e convincente, detém poder de expor feridas, o podre burguês.
Ela não sofre apenas e simplesmente de uma oposição entre classes; ela é em si mesma, o fazer e o não fazer, o ser e o não ser coexistem com intenções do fazer/ser o núcleo e extremos das situações desenroladas no interior do romance.


4.Observe que o narrador se deteve bastante na figura da criada Juliana:mostrou que ela desde pequena assistira ao trabalho servil de sua mãe ;que logo ela mesma foi empregar –se como doméstica ; que nunca se acostumava a servir ; que o trabalho diário a embrutecera. Que tipo de tese o autor quer provar?
Juliana se mostra filha desconforme do despeito, do ódio surdo, da inveja, com seus ingênuos arrebiques, seus chibantismos de filha do povo, desprezada do amor e da sorte, viril, magra, seca, venenosa. Tudo isso como espécie de mecanismo para o seu pleno funcionamento nas malhas da narrativa, podendo mesmo vir ser representações de tipos sociais, com seus costumes e valores constituímos o objeto de análise a que pretendemos discutir: a personagem Juliana como faceta ou mesmo representação sociopolítica na obra queirosiana O primo Basílio.


5.Embora seja uma personagem secundária ,Juliana concentra em si uma força dramática muito grande. Ela é uma das personagens mais vivas de Eça de Queirós. A sua história e o seu mau caráter possuem muita autenticidade. Por que ela sobressai em O primo Basílio?
Uma personagem que deveria ser considerada secundária, mas que se destaca de todas, pela importância que progressivamente adquire na narrativa. Eça torna visível o caráter ficcional de seu texto. Não que uma ficção venha depender das personagens para definir-se enquanto tal, mas “o critério revelador mais óbvio é o espistemológico, através da personagem, mercê da qual se patenteia (...) a estrutura peculiar da literatura imaginária.” (CÂNIDO, et al. 2002, p.27). Encontramos em personagem Juliana, a criada em revolta secreta contra sua condição, ávida de desforra, a personagem em questão da obra queirosiana, condições mais que necessárias das já expostas para a entendermos como reflexo ou símbolo de tipos sociais. As representações que nela encontraremos têm maior coerência do que as pessoas reais, não as
desmerecendo, mas a personagem de ficção – e incluímos Juliana – carrega maior significado e, paradoxalmente, também maior riqueza, em virtude da concentração, seleção, densidade e estilização do contexto imaginário que reúne os destinos das outras personagens no intercurso textual. Juliana constitui mesmo espécie de elo que carreia para o desfecho, o fim da trama, a figura que concentra os fios dispersos e esfarrapados de uma realidade num padrão firme e consistente.