
Incógnita
Nunca fui o que queria ser
Nunca fui de baladas
Nunca fui politicamente correta
Nunca fui a filha preferida pelo pai
Nunca fui a mãe sonhada
Nunca fui a estudante quietinha
Nunca fui a miss do país
Nunca fui a inspiração de uma melodia
Nunca fui a amante perfeita
Nunca fui de ter legiões de fãs
Nunca tive milhares de amigos
Nunca fui o controle de emoções
Nunca fui a infância colorida
Nunca fui a adolescência multicor
Nunca fui a luz das estrelas
Nunca fui a canção de ninar
Nunca fui a estrada a ter fim
Nunca fui um porto pra desprezar
Nunca fui a saudade de alguém
Nunca fui a mentira sincera
Nunca fui o conformismo de uma pátria ingrata
Nunca fui a coerência de uma paixão
Nunca fui a redundância de um silencio
Nunca fui o pleonasmo de um contra senso
Nunca fui a eternidade de um sorriso
Nunca fui a justiça gritando em versos
Nunca fui versos dos poetas
Nunca fui um vulcão em erupção
Nunca fui a calmaria de um deserto
Nunca fui a favorita nos bailes
Nunca fui felicidade
Nunca fui preenchida por afetos
Nunca fui o álibi de alguém
Nunca fui a contingência do momento
Nunca fui o peso da solidão
Nunca fui a raridade da especie
Nunca fui a escolha e sim a opção
Nunca fui um fardo a se carregado
Nunca fui um status social
Nunca fui a soberba pedindo passagem
Nunca fui a altivez de um sangue real
Nunca fui o orgulho de uma atitude feita
Nunca fui a correção de uma vida pelo meio
Nunca fui a rosa mais bela
Nunca fui a singeleza da manhã
Nunca fui a frieza do inverno
Nunca fui arrogância com meus irmão
Nunca fui o preconceito e o racismo
Nunca fui a exposição de minha figura
Nunca fui o estigma de multidão
Nunca fui a ausência de solidariedade
Nunca fui a primavera de uma estação
Nunca fui refém das convenções
Nunca fui o medo da chuva
Nunca fui o flagelo ou lamentação
Mas sou muito mais do que imaginava ser
- Claudynha Nô