quinta-feira, 14 de julho de 2016


                                

                                               Luz divina



Ela, verdade que conduz 
Meiga, suave, serena
Perseverante e confiante
Trilhando a estrada plena
Fiel aos designos divinos
Usando a força do amor
Com gentileza, humildade e sabedoria
Aos desafetos não tem rancor
Menina, moça,mulher
Luz divina
Filha, mãe, vó
De filosofia só
Coração justo, bondoso, cheio de rima
o astral é seu lar
Seu valor é infinito
Assim como as ondas do mar
Eis que sua vaidade de esvai
Dando vazão ao sopro de suave brisa
No seu castelo de sonhos, amizades
E sinceridade peculiar
Gratidão E honra sempre
A tudo dai graças
É Luz divina mesmo no sofrimento
É nascida na junção das raças
Piedosa, pecadora, filha de Deus
Seu louvor e poesia, chegam aos céus
Transformam-se em fluidos celestiais
saindo dos olhos seus. 


-Claudynha Nô
                          


                                                        Amanheceu



Amanheceu e com este novo dia
Novas esperanças
Novos sonhos
Novas diretrizes

Amanheceu, e tudo se renova
A alma se refaz
A vida recomeça
E os desafios são reais

Amanheceu, e os desejos são realizados
As vontades divididas
E as emoções sentidas

Amanheceu, e as crianças trazem alegrias
Os idosos lições de vida
E as canções ouvidas

Amanheceu e o momento é agora
O entardecer não demora
E ser feliz é o que importa


- Claudynha Nô

             




                                         Partida
                    (In memorian de Thiago Benhur)



Onde será que a dor dói mais?
Na alma machucada
Ou nos cacos jogados ao chão

Onde é que nos tornamos tão impotentes?
Diante do inevitável
Ou na ida na contramão

Porque sofremos tanto?
Porque somos fracos e indefensos
Ou porque não temos a decisão?

Qual foi a parte da vida que perdemos?
A parte que deixamos em branco
Ou a parte vivida de ilusão?

Diga o motivo da partida sem aviso
É para sofremos sem medida
Ou vivermos como irmão?

Me ensine o sentido da vida
Se é ver partir o ente querido
Ou aprender seus ensinamentos de irmão?

Que canção é a mais comovida?
Aquela cantada na partida
Ou aquela cravada no coração?

Porque os melhores tem que ir antes?
Para deixar seu exemplo de amigo
Ou nos matar na solidão?


-Claudynha Nô




                                        
                     


                                                        Venha a mim



Venha ser canção em meus ouvidos
Abrace meu coração
Chegue a minha alma
E me encha de carinhos

Queira ser eternidade no meu colo
Fazer de mim o seu ninho
Ser o teu refugio amado
O remanso do seu cantinho

Procure abrigo seguro
Deleite na imensidão do amor meu
Navegue por minha vida
Descubra a felicidade de um tolo ateu

Embrenha nas veredas das minhas curvas
Chegue de leve e sutilmente
Observe os brilhos das minhas palavras
E veja a luz estampada ofuscantemente

Não seja para mim demais
Porém de menos tão pouco
Seja a medida certa
Para segurar esse amor duradouro

Entre pela porta da frente
Sem pular etapas demais
Para que a plenitude desse amor
Nunca se apague jamais

Venha revestido de sonhos
Ideais e muito anseios
Atravessando todas as barreiras
E ascendendo as chamas dos devaneios

Viveremos uma vida intensa
De magia e volúpia
Vivenciando instantes ímpares
De perfeição e incansável ternura


- Claudynha Nô



                                            
               
                                          A vida pede pressa



Os dias passam depressa
O tempo é veloz
Caem por terra a irreflexão
Que sucumbem as trapaças
De realizar a promessa

As almas deselegantes
Se desnorteiam com o passar das horas
Cambaleiam de um lado pró outro
Em vôos incertos

No balançar da aurora
Os sonhos têm pressa
Lamentam, se desesperam
Adiam sua concretização
Inadiável medida expressa

As noites atravessam a cidade
Ruas, bairros, favelas
Mistura com cores do semáforo
Confunde com essa mazela

É vida que dispara
Pede, implora urgência
Insana pede calma
Implacável nos fere sem clemência


- Claudynha Nô




                

                                              1-Criança



Tão pequenina e indefesa
Pula, brinca, sonha e ama
Corre pelos Campos da vida
Seu mundo é um leque que encanta

A sua mercê existe uma vida
Que será para ti a mãe maior
Escreva sua história nela
Perpetuando sempre o seu melhor

Trilhe em caminhos sagrados
Com carinho, fé e devoção
Faça a esperança renascer
No seu puro coração

Seja exemplo de humildade
De bem-aventurança e lazer
Esteja em vigília constante
A aos seus genitores obedecer

Aplique seu sorriso inocente
Aos errantes e sem paixão
Derrubarás todas as barreiras
Desse pobre coração

Mais tarde siga em sua luta
Com sua essência da infância
Proclamando a paz de espírito
Aos que vivem na arrogância


-Claudynha Nô


                                           
                


                                               2-Jovem



Sê jovem e não esnobe o ancião
Tenha esperança na vida
De garras, fogo e lutas
Aos poucos conquistar a nação

Na juventude é cheio de sonhos
Enxerga um mundo florido
Caminha junto a poesia e canção
Num compassar colorido

Tens contigo a mocidade
De certezas absolutas
Entusiasta nato
De seguir em suas buscas

Volta seu pensamento
Ao que lhe é ofertado
Pois essa fase da vida
A ilusão vive no encalço

Ouça aquele que a Ti é antiquado
Mas te serve como exemplo
De alma triste e cansada
E corpo feito um templo

Que teus ímpetos de jovem
Seja de rompante de bondade
Que se pecar na juventude
Não perdure na eternidade


-Claudynha Nô





                        

                                                 3-Adulto




Não seja o acaso
De uma vida imprecisa
Seja o espelho para os jovens
Sendo um exemplo de vida

No mundo seja a glória
De doçura e honestidade
Cumpra sua obrigação
Diante da família e da sociedade

Perante a tua pátria
Mas riquezas ofertadas pela vida
Seja a personificação do amor
De lealdade, afeto e despedida

Seus passos serão seguidos
Por crianças, jovens e afins
Então serás o mediador
Construindo lindos jardins

Seja a inspiração a seguir
Faça dessa sua finalidade
Com benfeitorias pelo caminho
Sem enaltecer sua vaidade

Vigie teus passos de mestre
Experiente que és no mundo
Terás enfim seguidores
E frutos edificantes e fecundos


-Claudynha Nô


                                 

                                              4-Idoso



Já sofridos estão teus passos
Cambaleando no entardecer
Estás idoso e sozinho
Cansado de combater

Vive de lembranças
De um passado varonil
De sonhos alvejados
De luta juvenil

Examina sua estrada
Com visão pouca e turva
Deixa seu corpo a esmo
Tremendo suas curvas

Triste fica na solidão
Sentido, pensativo a espairecer
Ninguém te da ouvidos
Também já conheceste o prazer

Segue em tua missão
Resignado com tuas lutas
No canto chora calado
Lembrando das glórias e labutas

Não desanimes meu bom Velho
Nem se desespera tão pouco
Foste jovem um dia
E também não ouvia os outros

Juventude e velhice
Caminham lado a lado
Um é ser um lindo dia
O outro um céu nublado

Persista então na esperança
Com seus ensinamentos do saber
A todos continue a ensinar
A dignamente envelhecer


-Claudynha Nô



                        
                                                        

                                                Contradição



Sou o contrário
Do contrário
Da tempestade
Sou serena
Do abrigo
Sou o despejo
Do avesso
Sou o reverso

Sem moradia fixa
Meu lar é qualquer esquina
Sou os sonhos boêmios
A inocência das meninas

Sou a partida
Chegando
Da certeza
Sou o engano
Turbilhão de emoções
Sou saco vazio
Profano

Não Sei de onde vim
ou onde vou terminar
Sei que tenho presa
Anseio por amar
A urgência de um louco
A canção de ninar

Embarco numa viagem incerta
Pois nasci para ousar
Na lentidão das horas
No tempo a voar

Sou a prece silenciosa
Da alma massacrada
A tempestade anunciada
Com raios e trovoadas
Ou o remanso de água parada

Do receio sou reinventada
Na clareza das palavras
No meio sem justificativas
Sendo contemplada

Sou uma estrela que brilha
Numa noite nublada
Sem melodias
Sem companhia
Sem luar
Sem nada

Sou o reflexo do abismo
A presença não notada
O misticismo poético
Sou a exuberância do mar

- Claudynha Nô




                 

                                              Orai e vigiai





Que a vaidade exacerbada
A soberba, o egoísmo e o torpor
Não esmague o coração
Rompendo a vida em lamúrias e dor

Que o cultivo da fé seja constante
O joio separado do trigo
As ervas daninhas cortadas
Para a evolução do espírito

Que a lavoura seja cuidada
Com amor, zelo e determinação
As pragas passarão longe
Não fulminado a plantação

Que a vigia e a oração
Estejam na vida num trabalho permanente
Para que a colheita seja perfeita
Salvando a alma da gente

Porque Deus em sua perfeição, magnitude e sabedoria
Deseja que estejamos em um patamar evolutivo
Sendo iluminados por sua grandeza
De unificado amor entre pai e filho.

-Claudynha Nô





                                                                        
                  

                                        Sonhos de menina





Enquanto a vida passa
Vejo meus sonhos de menina
Evaporar-se num moinho
E para longe voar

Sinto as forças enfraquecidas
Em lutas inúteis e batalhas perdidas
De tantas idas e vindas
Sem nunca parar

Volto sempre ao ponto de partida
Recomeço, me refaço, me defino
E neste compasso
Sigo na lida de cada dia

A paixão toma conta de mim
Pois sem amor, seria meu fim
Nesta caminhada solitária
Onde ele paira no ar

Trago em mim a energia resiliente
Um coração Valente
Que de tão imponente
Quer o amor pleno conquistar

No olhar transmito a certeza
No coração a mais linda melodia
Na alma a candura eterna
Nesta vida de poetisa

Por isto não perco a magia
De ideais, de fantasias
De um dia realizar
Os meus sonhos de menina.

-Claudynha Nô

                 
                                                     

                                           Só mais uma vez




Quero sentir outra vez
O seu toque suave
Seu olhar sedutor
E sua boca na minha

Beber de sua doçura
Enveredar-me em seu corpo macio
Sentir o cheiro de tua pele
E abraçar seu dorso nu

Quero novamente sermos um
Trilhar por caminhos proibidos
Amar sem medidas
Deitar-me no seu ninho

Cavalgar por sonhos obscenos
Num toque de malícia
Ser também o ingênuo
Ser o seu abrigo

Quero outra vez ser teu ponto de partida
Ser a linha de chegada
Ser seu porto Seguro
Ser tua namorada

Acariciar sua alma
Com um doce sussurrar
Falar de coração a coração
Sem intenção de parar
Vivendo loucamente o desejo de amar

Quero Ser de novo
O brilho dos olhos teus
A musa da sua vida
Melhor sonho que já viveu

Voltar a ter alegria
Matando nossa saudade
Só mais uma vez, se permita
Ser feliz ...quem sabe...

- Claudynha Nô