quinta-feira, 14 de julho de 2016

                        
                                                        

                                                Contradição



Sou o contrário
Do contrário
Da tempestade
Sou serena
Do abrigo
Sou o despejo
Do avesso
Sou o reverso

Sem moradia fixa
Meu lar é qualquer esquina
Sou os sonhos boêmios
A inocência das meninas

Sou a partida
Chegando
Da certeza
Sou o engano
Turbilhão de emoções
Sou saco vazio
Profano

Não Sei de onde vim
ou onde vou terminar
Sei que tenho presa
Anseio por amar
A urgência de um louco
A canção de ninar

Embarco numa viagem incerta
Pois nasci para ousar
Na lentidão das horas
No tempo a voar

Sou a prece silenciosa
Da alma massacrada
A tempestade anunciada
Com raios e trovoadas
Ou o remanso de água parada

Do receio sou reinventada
Na clareza das palavras
No meio sem justificativas
Sendo contemplada

Sou uma estrela que brilha
Numa noite nublada
Sem melodias
Sem companhia
Sem luar
Sem nada

Sou o reflexo do abismo
A presença não notada
O misticismo poético
Sou a exuberância do mar

- Claudynha Nô



Nenhum comentário:

Postar um comentário