domingo, 10 de janeiro de 2016

             

                                      Infância e velhice

Essa vida é engraçada, me permita comentar
Nascemos  frágeis e indefesos
Que é preciso carregar


Não temos dentes, há pouco cabelos
Nem palavras sabemos citar
Fazemos as necessidades na roupa
Para os outros limpar 

Somos a perfeição da inocência e confusão
Quando começamos a engatinhar
Caímos, tropeçamos e começamos a andar

Fazemos birra por tudo
Porque carinho queremos ganhar
Pra comer tem que colocar na boca
Engasgamos facilmente ao se alimentar

As primeiras palavras começamos a balbuciar
Somos hilários, ou bravinhos
Depende do dengo que ganhar


Os anos passam rápidos e tempestuosos
Vivemos experiências, aprendemos e crescemos
Nos tornamos adultos cheios de sabedoria e domínio
Mas somos prepotentes e ingênuos

Mal sabemos o que  destino tem a nos reservar
Uma senilidade bizarra
Que vai fazer o tempo voltar

Chega a nossa velhice, frágeis e indefesos retornamos a ser
Caem os dentes, caem os cabelos
Falamos palavras difíceis de entender
E as necessidades na roupa voltamos a fazer

As pernas já não nos obedece
As mãos trêmulas, o gênio forte 
E sozinhos não queremos ser

Queremos carinho, atenção e cuidados
Pois os ossos fracos não se firmam mais ao comando
Ter necessidade de apoio
E quem acalente o  pranto

Pra que tanta soberba, se as origens vamos retornar
Nascemos do nada e do nada vamos está
Porque a  infância e a velhice têm o mesmo caminhar

O nascer é o que ha de vir e a velhice é o que se foi
Ambos são sem independência, sem autonomia para administrar-se
São as duas datas da vida, onde se tornam uma
São os reflexos dos anos que se foram a emanar-se

Nós somos o tempo em mutação
Vivemos e não aprendemos essa lição
Em um dia fomos crianças e na velhice o voltamos a ser

-Claudynha Nô









De tanto amor

                                              

                      
                                       
                                             De tanto amor



De todos os poemas que escrevo
Você certamente é o melhor
É minha guerra vencida
Meu sentimento mais nobre

É a transmissão direta de Deus
É o efeito do amor que se volta multiplicado
Nos deixando empatados
Nessa verdade profunda e conforme

De todo o bem querer que eu tenho
Decerto o seu é maior
É o amor que nunca tive
Mas que sempre existiu em mim

O habitat de uma alma translúcida
Que de tanto amor, reina em dois corpos
E se faz poema e poesia
Derrubando paradigmas e muralhas

De tanto te desejar com os olhos
E senti-lo com a alma
Te digo que não somos em vão
Somos feito sentimento e razão

Meu espírito grita seu nome
Vem em uma aragem de poesia
E você entende meu silêncio
E ainda assim prefere está ao meu lado

-Claudynha Nô