domingo, 4 de janeiro de 2015

                                           

                                 A morte e a morte de Quincas Berro d´Água. 

           Uma obra de Jorge Amado que relata a vida de um homem que cansado de viver de aparência dentro de uma sociedade falsa e hipócrita; decide jogar tudo para o alto e ir para uma vida diferente daquela que possuía.  
        Essa obra de Amado trabalha dois lados da sociedade um que vive de aparência, porém não é aquilo que demonstra ser e uma vida que é conhecida como escoria da sociedade, vista como trapaceiros e vagabundos, no entanto, não é essa visão que Jorge Amado mostrará. 
        Joaquim Cunha, um homem decente com excelente família, bem visto por todos da cidade e bem quisto pelos vizinhos. Funcionário da mesa de Rendas Estaduais, convidado para todos os eventos importantes e grandes celebrações estaduais, excelente aparência para todos, no entanto, esconde um desejo de sair dessa vida de aparência e sociedade hipócrita. Revoltado e cansado com a situação Joaquim Cunha saí de casa chamando a filha e a esposa de Jararacas. Neste momento nasce Quincas Berro D´Água.  
        Ao sair de sua casa, Joaquim Cunha e tido como morto, no entanto, nasce Quincas Berro d´Água. Homem Bueno e filosofo, cheio de amantes, bem visto entre seus amigos vagabundos, bêbados e moradores de rua. Ganhou este nome no momento em que entrou em um bar, tomou um teco de cachaça e soltou um berro que ficou famoso dentro do bar e pelas pessoas que perto dali passavam, surgindo assim; Quincas Berro d´Água. 
         Quando Quincas Berro d´Água falece renasce Joaquim Cunha, um senhor de boa família, respeitado por todos e bem quisto pelos vizinhos e não aquele bêbado, vagabundo, filosofo entre as sua amantes que levava o nome da família para a lama nas capas de jornais. Sua filha Vanda fez questão de um velório digno de um homem respeitado e honrado com paletó, sapatos bem polidos. No entanto, os amigos de Quincas pensam diferente em relação á família. 
           No momento do velório, os amigos ao verem Quincas Berro d´Água todo bem vestido; eles não veem exatamente seu amigo Quincas mais um senhor deitado ali, eles também não acreditam que Quincas tenha morrido por causa do sorriso que eles acreditavam ver. Todos os familiares de Joaquim Cunha estavam cansados, então resolveram ir para casa descansar deixando o cadáver com o tio e os amigos de Quincas. O tio por sua vez cansado e agoniado deixa o cadáver de Joaquim com seus amigos esses por sua vez, tiram as roupas do falecido e carregam o corpo de Quincas para sua última farra. 
            Relembrando todos os lugares que Quincas gostava de ir e as brincadeiras que eles realizavam até chegarem a um barco. Como todos estavam embriagados não se sabe como o fato ocorreu, só sabem dizer que houve uma tempestade e que Quincas, na beira do barco, disse que se enterra aonde ele quiser quando ele quiser, pois não manterão o seu corpo preso em cova rela, logo após a declaração ele pulou no mar. 
           Jorge Amado trabalha nessa obra os dois lados da sociedade; um lado aonde só existe aparência e falsidade que mostra uma sociedade feliz, no entanto só de fachada e mostra uma sociedade que é desprezada pelos demais por ser vista como baderneiro, vagabundos e mulheres da vida. É interessante a maneira que ele faz esse jogo de trocas, mostrar de um ângulo diferente uma sociedade e mostrar o comportamento de um personagem que cansado de uma vida muda radicalmente sem ter medo de olhar para trás.  

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