segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

                                           

                         
                                  A Máscara Rubra da Morte.
1)Poe diz que o bom escritor: “Tendo concebido, com cuidado e deliberadamente, um efeito peculiar e singular que deve dar o tom de sua obra, o escritor, então, inventa os incidentes que melhor podem ajudá-lo a estabelecer esse efeito pré-concebido. Se a frase inicial do conto ou o poema não traz esse efeito, então o escritor falhou logo no primeiro passo”. Qual é o efeito singular que Poe pretende criar em “A Máscara Rubra da Morte”. A frase com que Poe inicia o conto está de acordo com seu propósito? Quais detalhes do enredo parecem particularmente importantes para construir o efeito pré-concebido de Poe?
R- Em a “Máscara Rubra da Morte”, podemos ver o efeito hipocrisia, dentro do poema, em que, um príncipe que tem um reino doente e quase destruído que, no entanto, não faz nada para ajudar o seu povo, pelo contrario, ignora a situação como se estivesse tudo indo bem. Podemos analisar os propósitos de Poe no começo do conto, pois ele é direto e claro no momento de relatar a situação de um povo. No primeiro paragrafo quando narra; Durante muito tempo devastara a “ Morte Rubra” aquele país. Jamais se vira peste tão fatal e tão terrível. E no começo do segundo paragrafo; Mas o Príncipe Próspero era feliz, destemido e sagaz. Quando seus domínios se viram despovoados da metade de seus habitantes mandou chamar à sua presença um milheiro de amigos sadios e joviais dentro os cavalheiros e damas de sua corte, retirando-se com eles, em total reclusão, para uma de suas abadias fortificadas.

2)No início do conto Príncipe Próspero toma precauções para manter a “ morte rubra” fora do castelo. Por que o final da história é tão irônico?
R- O Príncipe acreditava que sua fortaleza estava segura e inabalável. Acreditava que ficando dentro de suas abadias fortificadas com seus amigos sadios e joviais estariam livres da “Morte Rubra”, no entanto, todos morreram dentro da fortaleza, e não foram contaminados pelos enfermos que habitavam, ou melhor, sobrevivam em torno do castelo, pelo contrário, foram mortos pela a “Morte Rubra” que foi dentro da fortaleza matá-los.

3)Este conto tem sido considerado um alegoria – uma narrativa em que as pessoas, objetos ou eventos simbolizam algumas verdades sobre a experiência humana. Qual é a
verdadeira identidade do estranho mascarado? Que verdade sobre a experiência humana está implícita no tema do conto. O que o baile de máscara, o braseiro de fogo e o relógio representam?
R- Ele é a “Morte Rubra”, aquele que todos dentro do reino, junto com o Príncipe próspero imaginaram estar livres e protegidos. Jamais desafie ou subestime seu adversário, pois não sabe a capacidade dele, nem faça pouco caso a ponto de realizar uma festa com grande glamour sabendo que havia um risco do contágio fora do palácio. O Baile representa o poder, o glamour, a ousadia e a falta de temor com os acontecimentos. O Braseiro de fogo representa o esplendor do palácio, pois os raios batem nele e este reflete nos vitrais coloridos e assim iluminava deslumbradamente a sala, produzindo numerosos aspectos vistosos e fantásticos. O Relógio marca o tempo que não para, tudo para, os músicos param, as danças param, as conversas param todos param menos o relógio que se torna o personagem central no momento das badaladas. É o relógio que tem o poder das doze badaladas que marcam meia-noite. Após as doze badaladas surgem o vulto no salão.

4) Considerando a perspectiva alegórica da história por que o bater das horas incomodava os foliões.
R- Havia um gigantesco relógio de ébano. O pêndulo oscilava para lá e para cá, com um tique-taque vagaroso, pesado, monótono. Quando o ponteiro dos minutos concluía o circuito do mostrador e a hora ia soar, emanava dos pulmões de bronze do relógio um som claro, elevado, agudo e excessivamente musical, mas enfático e característico que, de hora em hora, os músicos da orquestra viam-se forçados a parar por instante a execução da música para ouvir-lhe o som: e dessa forma, obrigatoriamente, cessavam os dançarmos suas evoluções e toda a alegre companhia sentia-se, por instantes, perturbados. Podemos dizer que: a cada hora que passava era uma hora a menos que eles tinham, afinal, havia a morte rubra do lado de fora, então eles não sabiam quanto tempo eles teriam antes de pegar a doença, quanto tempo restava para durar os alimentos, e quanto tempo mais eles poderiam desfrutar de tal conforto, até quando os que estavam do lado de fora ficariam quietos.

5) Os contos de Poe geralmente apresentam um tom dramático. Como isso se evidencia na descrição dos sete aposentos? Por que a decoração dos sete aposentos é própria para o que posteriormente ocorre lá? Encontre outros exemplos de efeitos dramático utilizados por Poe.
R- Sim, a maneira que Poe descreve os salões deixa em evidência o drama e o lado sombrio que cada salão carrega. Quando ele descreve enormes e estreitas janelas góticas que abrem para um corredor fechado que acompanhava as voltas do conjunto. As janelas eram feitas de vitrais que mudavam de cor de acordo com a decoração de cada salão. Da extremidade oriental era azul, logo janelas eram azuis. O segundo aposento tinha ornamentos e tapeçarias purpúreos, logo as janelas também eram. O terceiro era verde, logo as janelas também eram verdes. O quarto estava mobiliado e iluminado com cor alaranjada. O quinto era branco, o sexto era roxo. O sétimo aposento estava totalmente coberto de tapeçarias de veludo preto que ia do teto ao chão, no entanto, as janelas não eram pretas, mas, vermelho rubro, era a única sala diferente. Havia nos salões um braseiro que projetava seus raios pelos vitrais coloridos e assim iluminava deslumbrantemente a sala, produzindo numerosos aspectos vistosos fantásticos.
Os efeitos estavam nas janelas feitas de vitrais, a decoração que fazia efeito nos salões e o braseiro que refletia os raios de luz que iluminava os salões.

6) Ao longo do conto Poe se utiliza do contraste entre as ideias e as descrições para enfatizar o efeito bizarro. Note por exemplo o contraste entre o reluzente punhal do Príncipe e o lúgubre tapete em que ele cai quando morre. Enumere e comente outros exemplos de contraste utilizados por Poe.
R- O primeiro contraste que se vê é a roupa do vulto comparado com a exuberância, extravagância, brilhosa e chamativa roupa do Príncipe Próspero, o segundo contraste são os salões que cada um se encontra, o vulto está no salão sombrio com tapeçaria de veludo e vitrais rubros o Príncipe próspero estava no salão azul com dourado. O terceiro e ultimo contraste é quando o Príncipe próspero vai de encontro ao vulto, ele puxa um punhal, cintilante, para atingir o vulto, no entanto, é atingido e cai sobre o tapete negro.
O interessante do contraste é o lado chamativo dos objetos, esse lado de glamour, de poder que é retirado e anulado com a “Morte Rubra”, como se fosse algo que anulasse esse lado excêntrico do Príncipe próspero, como se quisesse tirar, e na verdade tira, o poder do Príncipe.

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