segunda-feira, 29 de dezembro de 2014










                         


“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmo.”
                                           
                                                                                               Fernando Pessoa                                                                                                                                                                                                                
FERNANDO PESSOA



Fernando António Nogueira Pessoa, conhecido como, Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Em virtude de, falecido seu pai em 1893 e sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o Comandante João Miguel Rosa, Cônsul de Portugal em Durban, Natal,  Fernando Pessoa, aos seis anos de idade, foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em vida, três são em inglês. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal. Durante sua vida, ele trabalhou em vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas obras em verso e prosa. Cristão gnóstico e portanto inteiramente oposto a todas as igrejas organizadas e, sobretudo, à Igreja Católica. Fiel, por motivos que mais adiante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da Maçonaria.
Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterónimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. 
Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos de idade, vítima de uma cólica hepática causada por um cálculo biliar associado a cirrose hepática, um diagnóstico hoje é dia é contestado por diversos médicos.
Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são: 
-Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objetivo dos heterônimos. Buscava o objetivismo absoluto, eliminando todos os vestígios da subjetividade. É o poeta que busca "as sensações das coisas tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à abstração, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos "culto" dos heterônimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura. 
- Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apóia-se na mitologia greco-romana; é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porque a morte está à espreita. É um médico que se mudou para o Brasil. 

- Álvaro de Campos, nascido no Porto, é o lado "moderno" de Fernando Pessoa, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inativo, inadaptado, com consciência crítica.

 Suas obras:


Poesias de Fernando Pessoa
Prosas de Fernando Pessoa

Correspondências de Fernando Pessoa
Carta a Adolfo Casais Monteiro, Carta a Armando Cortês Rodrigues 
Carta a Júlio/Saul Dias, Carta a Miguel Torga, Ao Natal MercuryDurban, de 07/06/1905, Ao Punch, de 21/02/1906, à Editora Inglesa, de 02/06/1906
à Entreprise Luvisy, de 19/06/1906, à Armando Teixeira Rebelo, de 24/08/1907
à Augustine Ormond, de 27/11/1909, à álvaro Pinto, de 25/04/1912
à álvaro Pinto, de 30/04/1912, à álvaro Pinto, de 01/05/1912
à álvaro Pinto, de 02/05/1912, Carta ao amigo Mário Beirão, de 01/02/1913
Ao Diário de Notícias, de 04/06/1915, Carta à Mário de Sá-Carneiro (Livro do Desassossego), de 14/03/1916, De amor I, De amor, de 19/02/1920
De amor, de 01/03/1920, De amor, de 23/03/1920, De amor, de 15/08/1920
De amor, de 23/11/1920, à João Gaspar Simões (Livro do Desassossego), de 28/07/1932, ao Museu-Biblioteca Castro de Guimarães em Cascais, de 16/09/1932, à Adolfo Casais Monteiro (Livro do Desassossego), de 13/01/1935
à memória de Fernando Pessoa, 07/1936, à Fernando Pessoa, 02/01/1985 - Jorge Luis Borges

Dispersas







Inéditas

Alberto Caeiro

O Guardador de Rebanhos, O guardador de rebanhos - XX , A Espantosa Realidade das Cousas, Um Dia de Chuva, Todos os Dias, Poemas Completos
Quando Eu não tinha, Vai Alta no Céu a lua da Primavera, O Amor é uma Companhia, Eu Nunca Guardei Rebanhos, O Meu Olhar, Ao Entardecer
Esta Tarde a Trovoada Caiu, Há Metafísica Bastante em Não Pensar em Nada
Pensar em Deus, Da Minha Aldeia, Num Meio-Dia de Fim de Primavera
Sou um Guardador de Rebanhos, Olá, Guardador de Rebanhos, Aquela Senhora tem um Piano, Os Pastores de Virgílio, Leve, Não me Importo com as Rimas, As Quatro Canções, Quem me Dera, No meu Prato, Quem me Dera, que eu Fosse o Pó da Estrada, O Luar, O Tejo é mais Belo, Se Eu Pudesse, Num Dia de Verão, O que Nós Vemos, As Bolas de Sabão, às Vezes, Só a Natureza é Divina, Li Hoje, Nem Sempre Sou Igual, Se Quiserem que Eu Tenha um Misticismo, Se às Vezes Digo que as Flores Sorriem, Ontem à Tarde
Pobres das Flores, Acho tão Natural que não se Pense, Há Poetas que são Artistas, Como um Grande Borrão, Bendito seja o Mesmo Sol, O Mistério das Cousas, Passa uma Borboleta, No Entardecer, Passou a Diligência, Antes o Vôo da Ave, Acordo de Noite, Um Renque de árvores, Deste Modo ou Daquele Modo

Àlvaro de Campos

Acaso, Acordar, Adiamento, Afinal, A Fernando Pessoa, A Frescura, Ah, Onde, stou, Ah, Perante, Ah, Um Soneto, Ali Não Havia, Aniversário, Ao Volante, Apostila, às Vezes, Barrow-on-Furness, Bicarbonato de Soda, O Binômio de Newton,A Casa Branca Nau Preta, Chega Através , Cartas de amor , Clearly Non-Campos !, Começa a Haver, Começo a conhecer-me. Não existo
Conclusão a sucata !... Fiz o cálculo, Contudo, Cruz na Porta
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa, Datilografia
Dela Musique, Demogorgon, Depus a Máscara, Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados , O Descalabro, Dobrada à morda do Porto 
Dois Excertos de Odes, Domingo Irei, Encostei-me, Escrito Num Livro Abandonado em Viagem, Há mais, Insônia, O Esplendor, Esta Velha
Estou, Estou Cansado, Eu, Faróis, Gazetilha, Gostava, Grandes, Há Mais
Lá chegam todos, lá chegam todos... , Lisboa, O Florir, O Frio Especial
Lisbon Revisited - (l923) , Lisbon revisited - (1926), Magnificat 
Marinetti Acadêmico , Mas Eu, O Mesmo, Mestre, Na Casa Defronte 
Na Noite Terrivel, Na Véspera, Não Estou, Não, Não é cansaço 
Não: devagar ,Nas Praças, 
Psiquetipia (ou Psicotipia) 
Soneto já antigo 
The Times

 

 

Bernardo soares

Ricardo Reis

A Abelha, A Cada Qual, Acima da verdade, A flor que és
Aguardo, Aqui, Aqui, dizeis, Aqui, neste misérrimo desterro
Ao Longe, Aos Deuses, Antes de Nós, Anjos ou Deuses, A palidez do dia, Atrás não torna, A Nada Imploram, As Rosas, Azuis os Montes,
Bocas Roxas, Bree o Dia, Cada Coisa, Cada dia sem gozo não foi teu
Cada Um, Cancioneiro, Como, Coroai-me, Cuidas, índio, Da Lâmpada
Da Nossa Semelhança, De Apolo, De Novo Traz, Deixemos, Lídia 
Dia Após Dia, Do que Quero , Do Ritual do Grau de Mestre do átrio na Ordem Templária de Portugal , Domina ou Cala, Eros e Psique , Estás só. Ninguém o sabe,Este seu escasso campo,é tão suave, Feliz Aquele, Felizes
Flores, Frutos, Gozo Sonhado, Inglória, Já Sobre a Fronte, Lenta, Descansa
Lídia, Melhor Destino, Mestre, Meu Gesto, Nada Fica, Não a Ti, Cristo, odeio ou te não quero, Cristo Não a Ti, Cristo, odeio ou menosprezo
Não Canto, Não Consentem, Não queiras, Não quero, Cloe, teu amor, que oprime, Não quero recordar nem conhecer-me, Não Só Vinho
Não só quem nos odeia ou nos inveja, Não sei de quem recordo meu passado
Não Sei se é Amor que TenS, Não Tenhas, Nem da Erva, Negue-me
Ninguém a Outro Ama, Ninguém, na vasta selva virgem, No Breve Número
No Ciclo Eterno, No Magno Dia, No mundo, Só comigo, me deixaram
Nos Altos Ramos, Nunca, Ouvi contar que outrora, Olho, O que Sentimos
Os Deuses e os Messias, O Deus Pã, Os Deuses, O Ritmo Antigo, O Mar Jaz
O Sono é Bom, O Rastro Breve, Para os Deuses, Para ser grande, sê inteiro: nada, Pesa o Decreto, Ponho na Altiva, Pois que nada que dure, ou que, durando, Prazer, Prefiro Rosas, Quão Breve, Quanta Tristeza, Quando, Lídia
Quanto faças, supremamente faze, Quem diz ao dia, dura! e à treva, acaba!
Quer Pouco, Quero dos Deuses , Quero Ignorado , Rasteja Mole, Sábio
Saudoso, Segue o teu destino, Se Recordo, Severo Narro, Sereno Aguarda
Seguro Assento, Sim, Só o Ter, Só Esta Liberdade, Sofro, Lídia, Solene Passa
Se a Cada Coisa, Sob a leve tutela, Súbdito Inútil, Tão cedo passa tudo quanto passa!, Tão Cedo, Tênue, Temo, Lídia, Tirem-me os Deuses, Tomamos a Vila Depois de um Internso Borbardeamento Tudo, Tudo que Cessa
Tuas, Não Minhas, Uma Após Uma, Uns,  Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio, Vivem em nós inúmeros, Vive sem Horas, Vós que, Crentes
Vossa Formosa.




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