Hamlet
1. Shakespeare inclui personagens que servem de contraste para Hamlet, como Horátio, Fortinbras, Claudius, e Laertes. Compare e contraste Hamlet com cada um desses personagens. No que eles se assemelham e no que se diferem? Como cada um enfrenta a dificuldade de lhe é colocada?
Horácio: é o amigo de Hamlet que retorna a Elsinor para solidarizar-se com o príncipe durante o velório do antigo rei.
Esse personagem é de suma importância, pois é ele quem leva Hamlet a presença do fantasma, o ajuda no regresso a Inglaterra e o ampara nos momentos finais. Esses dois personagens se assemelham na cumplicidade, fidelidade, lealdade, amizade, companheirismo e se diferem por Horácio Permanecer sempre tranquilo esperando sempre o próximo passo de Hamlet.
Fortinbras: É o filho do rei da Noruega que foi vencido pelo pai de Hamlet.
Ambos se assemelham no desejo de vingança, porque tiveram seus pais assassinados. Diferem-se pelo fato de que enquanto Fortinbras luta por terras, Hamlet trava uma luta interna e pessoal em seu próprio castelo .Sua luta termina quando ao chegar no castelo e depara com uma carnificina e Hamlet a beira da morte o consagra novo rei.
Claudius : É o atual rei, tio de Hamlet e assassino do irmão, o antigo rei, pai de Hamlet, matando-o com gotas de um mortal licor que foi colocado no ouvido enquanto o rei dormia. Eles assemelham-se no ódio, que ambos nutrem, um pelo outro, um ódio crescente ao longo da história. Diferem-se na questão de Hamlet ser inseguro, fraco temperamento melancólico,solitário,incompreensível e até irônico e o tio ser covarde e cruel.
Laertes: É o irmão de Ofélia, a amada de Hamlet, esses dois se assemelham no desejo de vingança, pois ambos perdem os pais assassinados. Diferem-se por Laerte não fazer tantos planos, ou se passar por louco e ter um coração bom, pois no duelo travado entre os dois confessa tudo a Hamlet e eles se perdoam.
2. Muitos críticos adotam uma visão determinista para o enredo de Hamlet, dizendo que a inabilidade do príncipe de agir e sua tendência à melancolia é uma falha trágica que leva inevitavelmente a sua derrocada. É esta uma maneira precisa de interpretar a peça? Justifique sua resposta. Tendo em consideração as características de Hamlet que outro desfecho seria possível?
Não, eu acredito que o público foi seduzido pelo desejo de vingança, de justiça e não pela melancolia do personagem. O que o leva a morte foi a obsessão desenfreada por punição. Vitimado também por conspirações Hamlet acabou levando consigo mortes de inocentes. Talvez mudasse o desfecho da peça, levando em consideração a sua natureza insegura, seu amor por Ofélia e da duvida que aparece todo o momento que o impede de chegar á termo. Hamlet merecia voltar a realidade e perdoar seu tio, porém o mesmo iria morrer com o veneno e a justiça por si só já seria feita.
3. Durante a peça Hamlet alega estar enlouquecendo e sua representação é tão intensa que muitos leitores acreditam que ele realmente tangencia a insanidade em certos momentos da peça. Você concorda com isso, ou acha que ele esta somente representando? Cite evidências que comprovem as duas posições.
O que eu entendi é que Hamlet usa uma falsa loucura, para obter dados que incriminassem o rei seu padrasto na morte de seu pai, ficando ele mesmo livre de qualquer suspeita, porém por usar tão intensamente sua falsa loucura com uma finalidade, ele passa a tanger em certos pontos a sua insanidade mental.
Ele representa muito bem, mais cai em suas próprias encenações principalmente, quando conversa com Polônio e dá várias respostas aparentemente sem sentido, todavia cheias de insinuações:
POLÔNIO- Embora seja pura loucura, há método nela... Não desejais abrigar-se do ar, meu senhor?
HAMLET- Em meu túmulo?
POLÔNIO- É claro, lá ficamos ao abrigo do ar. Como são às vezes, engenhosos as respostas dele. Felicidade que só acontece com a loucura e que nem a mais sã razão e lucidez não podem atingir com tanta sorte.
Questões;
1 .Analise a relação entre Hamlet e Ofélia. Ele a ama? Ele deixou de amá-la? Ele alguma vez a amou? Quais evidências encontradas na peça que justificam sua opinião.
Hamlet amou Ofélia, no entanto ele foi colocado a escolher, decidir embora não consiga. Oscila nas vicissitudes do desejo, estar diante das possibilidades de se constituir sujeito do desejo. Todos os acontecimentos aparições causam transformações no Príncipe e ele passa a só pensar em uma maneira de vingar a morte do pai, mesmo que tenha que apartar-se do seu grande amor Ofélia, que é o lado que o deixa vulnerável. A parti de então começa a trata-la com brutalidade, sacarmos e ironia.
... Por fim, sacudindo meu braço.../
Soltou um suspiro tão doloroso e fundo/ Que eu temi pudesse estourar seu corpo...
... Vai prum convento, ou prefere ser geratriz de pecadores? ..
Acredito que somente Ofélia seria capaz de trazê-lo a realidade.
2 .Considere o papel de Rosencrantz e Guidenstern na peça. Por que Shakespeare teria criado personagens assim? Eles funcionam como um alívio cômico ou servem a um proposito mais sério? Por que a noticia das usas mortes é dada apenas após a morte da família real no ato V, como se a noticia não fosse um anti-clímax? Para Hamlet é aceitável trata-los da forma como os trata? Justifique sua resposta.
Porque Shakespeare veio nos mostrar o contraste entre os amigos de Hamlet enquanto Horácio foi fiel, Rosencrantz e Guildenstern sucubiram á ganancia, ao poder, a corrupção e a traição.
Esses dois foram trazidos para o castelo, a pedido do rei, sendo subordinados para observar Hamlet e descobrir a alteração do seu comportamento, logo receberam a missão de convencer e acompanhar o príncipe á Inglaterra. Eles foram executados no lugar de Hamlet que trocou os nomes quando descobriu a intenção do rei. A notícia só chegou depois pois, ambos estavam indo para a Inglaterra. Para Hamlet trata-los dessa forma foi forma de justiça.
3 Analise o uso das descrições e as imagens de Hamlet. Como Shakespeare usa a linguagem descritiva para incrementar as possibilidades visuais de uma produção teatral? Como ele usa a imagem para criar um imaginário de tensão, suspense, medo e desespero?
Hamlet nos mostra com Shakespeare apresentava uma capacidade inquietante de atravessar os obscuros labirintos da menti humana, desnudando paixões, iluminando desejos duvidas, dores, medos. Apresenta um texto dramático, repleto de frases marcantes. Como a que ele usa em caso de desespero e duvida: ‘’Ser ou não ser, eis a questão.’’
Ele usa um imaginário de tensão, ao levar ao publico três temas dominantes da narrativa- Vingança, suposta loucura e morte.
4 O suicídio é um tema importante em Hamlet. Discuta como a peça trata a ideia do suicídio moral, religiosa e esteticamente, com base nas seguintes afirmações de Hamlet:
‘’ O, that this too too solid flesh would melt’’ soliloquy(l.ii.129-158)
'”To be, or not to be” Soliloquy (III.I.56-88).
Shakespeare atualiza a tragédia, dando-lhe contornos e perfis novos. Ela torna-se alegoria de um novo tempo, é uma nova mimese. Se antes a tradição aristotélica mostrava-a pautada no destino, agora suas marcas são a violência, a loucura, a traição e morte, contradições que, longe de circunscreverem o universo renascentista de mero resgate clássico, circunscrevem e dão vida a um universo de ambientação barroca. . A viagem que
Hamlet faz até os lugares mais profundos da razão e da insanidade nos
Influencia em nossos sentimentos e reações. O “ser ou não ser” tão repetido
durante nossas vidas quando estamos em dúvida sobre qual caminho seguir.
Ofélia, que por sua vez parece estar sempre à mercê dos personagens masculinos da peça, é um exemplo de vítima do sistema. Embora haja uma tradição envolvendo a inocência de Hamlet quanto um herói trágico, sua responsabilidade na morte de Ofélia é certamente um ponto a se questionar. Seus tratamentos oscilam de juras de amor eterno até acusações calculistas. É evidente que Hamlet usa Ofélia como uma ferramenta em seu plano de vingança e quando este é considerado louco, Ofélia se sente culpada. Além disso, quando Hamlet mata seu pai, Ofélia entra em um estado de dupla culpa, carregando a loucura do amado e a morte do pai. Assim, ela enlouquece. Sua loucura pode ser analisada como uma negação desse sistema patriarcal – durante a Renascença, a loucura das personagens femininas era considerada como algo especificamente feminino, uma forma dramática que atribuía a elas uma forma de auto-afirmação. Em Hamlet, a morte de Ofélia pode ser vista como ato de asserção e escapatória do confinamento do mundo patriarcal.
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